A transferência de embriões é um dos momentos mais aguardados pelos casais que passam por um tratamento de fertilização.
Chegar até aqui é sinal de que várias etapas já foram superadas nesse caminho muitas vezes tortuoso.
Surge então num turbilhão de sentimentos e ansiedade, alguns deles relacionados a dúvidas de como será esse procedimento e o pós-procedimento.
A transferência em si é um procedimento extremamente simples e indolor na grande maioria das vezes. Salvo raras exceções, não é necessário sedação e a paciente e seu acompanhante podem acompanhar tudo.
O preparo no dia do procedimento não envolve jejum nem o uso de nenhum medicamento específico. A única recomendação é estar com a bexiga CONFORTAVELMENTE cheia. A bexiga, apesar de não ter nenhuma relação com o interior do útero, ela se situa na frente do útero e ao acumular a urina no seu interior ela forma ao ultrassom aquilo que chamamos de janela acústica, que nada mais é que facilitar o posicionamento do útero e a visualização e a visualização dele ao ultrassom.
O tanto que a bexiga precisa estar cheia para possibilitar uma boa visualização das estruturas é totalmente individual de uma paciente para outra, portanto em algumas mulheres conseguimos visualizar muito bem até mesmo com a bexiga vazia, já em outras é necessário que ela esteja mais repleta para uma boa visualização. Porém, na imensa maioria das vezes a bexiga não precisa estar muito cheia, sendo necessário em alguns casos até pedir para que se esvazie um pouco para diminuir o desconforto, tornando o momento mais agradável com o mínimo de desconforto possível.
É importante frisar isso, já que fazer a transferência com mais ou menos xixi na bexiga não aumenta ou diminui as chances de sucesso do procedimento. Só precisamos que a quantidade seja suficiente para enxergar bem o seu útero.
A transferência funciona da mesma forma se estiver sendo feita com embriões frescos ou congelados. Se os embriões estavam congelados, eles já passaram pelo processo de descongelamento algumas horas antes. Logo, se você chegou até aqui, no momento do procedimento em si, não há necessidade de se preocupar com o risco de degeneração ao descongelar, apenas curta a chegada dos seus embriões.
Para iniciar é feito um exame ginecológico para acessar o colo do útero, essa é a entrada do seu útero pela vagina. O mesmo local ando se colhe o Papanicolau. Este exame pode ser desconfortável, mas é semelhante a um exame ginecológico de rotina.
Localizado o colo do útero é realizada uma limpeza com gaze de possíveis secreções ou medicamentos que estejam no orifício de entrada. Inserimos então o cateter, um tubo extremamente fino (aquele que vai levar seus embriões até o endométrio) no colo do útero. Os embriões ainda estão na estufa até esse momento. Quando sabemos com segurança que não haverá nada no caminho, aí então os embriões são retirados da estufa e encaminhados diretamente ao cateter, por onde serão transferidos no endométrio. Todo esse procedimento é acompanhado por ultrassonografia transabdominal.
Por segurança, após o procedimento o cateter é sempre enviado ao laboratório para verificação em microscópio se realmente houve a saída dos embriões.
Embriões finalmente entregues e VIDA QUE SEGUE até o dia do teste. Além de muita torcida, não há nada que possa ser feito pela paciente para que aumente as chances de sucesso daquele procedimento. Atualmente não é recomendado nenhum tipo de repouso pós procedimento, nem mesmo imediatamente após o processo. A bexiga finalmente pode ser esvaziada e o casal segue sua rotina para aguardar o tão esperado dia do teste!
Em caso de dúvida, consulte uma médica especialista em reprodução humana.