A preservação da fertilidade recentemente se tornou uma opção para mulheres acima dos 25 anos. Nesta idade a maioria das mulheres ainda não quer engravidar, estando muito mais preocupada com o seu desenvolvimento profissional. As brasileiras estão optando cada vez mais pela gravidez após os 35 anos, quando o risco de infertilidade já é bastante alto. Desta forma, muitas mulheres já começam a considerar o congelamento de óvulos como uma estratégia de planejamento familiar. O congelamento de óvulos também é indicado nos casos que a mulher será submetida a algum tratamento que pode prejudicar a reserva ovariana, como quimioterapia, e cirurgia ovariana por conta de tumores ou endometrioma.
Celebridades brasileiras como Sabrina Sato, Luciana Gimenez, Karina Bacchi e também algumas estrelas de Hollywood, como Jennifer Aniston e Sofia Vergara se depararam com os dilemas da mulher moderna e acabaram por aderir à técnica, que permite que os óvulos sejam preservados por vários anos.
É uma forma de parar os “ponteiros” do relógio biológico e futuramente realizar o sonho de ser mãe. Porém, muitas mulheres só começam a pensar nessa possibilidade após os 35 anos, enquanto o ideal é que os óvulos sejam congelados entre os 25 anos e 30 anos, considerado o auge da fertilidade. “A chance de se ter um filho é muito dependente da idade da mulher no momento do congelamento; quanto menor a idade, mais óvulos são captados por ciclo e maior é a chance de ter um filho para cada óvulo congelado”, explica Wellington Martins, médico ginecologista com reconhecimento internacional em reprodução assistida e sócio da SEMEAR fertilidade. Estudos recentes têm mostrado que a chance de gravidez com a técnica depende muito da idade da mulher no momento da captação de óvulos: se congelados antes dos 35 anos, a chance de se ter um filho com 10 óvulos é de aproximadamente 60% e com 15 óvulos de 80%; após os 35 anos, a chance cai pela metade: aproximadamente 30% com 10 óvulos e 40% com 15 óvulos.
Para a captação dos óvulos são utilizados medicamentos hormonais para a estimulação dos ovários. Estes medicamentos são utilizados por aproximadamente duas semanas, podendo ser precedidos de um período de preparo com estradiol ou pílulas. A captação é feita pela aspiração do líquido dos folículos ovarianos, onde ficam os óvulos. Para isto, é necessário entrar com uma agulha pela vagina, sendo o procedimento guiado por ultrassonografia e realizado sob analgesia. Após a captação pode haver dores abdominais, sendo necessário um período de recuperação. Os óvulos aspirados são manipulados no laboratório e congelados em nitrogênio líquido a 198°C dentro de duas horas após a captação.